Os crimes digitais estão crescendo rapidamente, e isso não é novidade para quem atua com cibersegurança. De acordo com a Cybersecurity Ventures, nos últimos 11 meses, 60% das organizações foram vítimas de ciberataques, com prejuízos acima de US$ 8 trilhões.
O que muitos não percebem é que o risco pode estar dentro da própria empresa, causado pelo descuido ou falta de conhecimento dos colaboradores. Portanto, é preciso de um plano para educar, conscientizar e preparar sua equipe para driblar as armadilhas dos hackers.
Se você chegou até aqui, é sinal que entende como isso é importante. Como especialistas em Segurança da Informação, temos dicas e insights que podem te ajudar. Confira!
O que são crimes digitais?
Crimes digitais, ou crimes cibernéticos, são atividades criminosas realizadas por meio da internet ou de dispositivos tecnológicos. Essas práticas têm como objetivo causar prejuízos financeiros e danos a indivíduos, empresas e governos.
Com o aumento da digitalização, esse tipo de crime se tornou uma ameaça significativa à segurança e à privacidade de dados. Por isso, demanda medidas de proteção cada vez mais avançadas e eficazes.
Quais são os tipos de crimes digitais?
Existem diversos tipos de crimes digitais e a lista não para de crescer. Afinal, os hackers estão o tempo todo estudando maneiras de acessar nossos dados, redes e sistemas. Conheça os principais:
- Phishing: técnica de engano para “pescar” dados por meio e-mails ou sites falsificados.
- Ransomware: bloqueia o acesso a dados e sistemas, exigindo pagamento de resgate.
- Fraude online: golpe para obter dinheiro ou bens por meio de transações digitais fraudulentas, como compras ou investimentos falsos.
- Roubo de identidade: uso de dados pessoais roubados, como números de cartão de crédito ou CPF, para cometer fraudes em nome da vítima.
- Invasão de sistemas (Hacking): acesso não autorizado a redes ou sistemas com a intenção de roubar ou corromper dados.
- Malware: software projetado para danificar ou controlar sistemas, como vírus, trojans e worms.
- Spyware: programas que espionam a atividade online do usuário, coletando dados pessoais ou informações confidenciais sem permissão.
- Cyberbullying: uso da internet para assediar, intimidar ou difamar outra pessoa, frequentemente por meio de redes sociais.
- Scareware: software que tenta assustar a vítima com alertas falsos sobre vírus ou problemas no computador, induzindo-a a pagar por uma solução falsa.
Como os cibercriminosos enganam seus colaboradores?
Os cibercriminosos precisam de brechas para agir, e eles já descobriram que os funcionários podem ser um elo fraco das empresas.
Um estudo da IBM concluiu que 71% dos ciberataques a empresas começam pelos colaboradores. E mais: um estudo da Kaspersky revelou que 26% dos incidentes são provocados de forma intencional por funcionários.
Os dados te assustam? Confira a seguir os métodos usados pelos hackers para atrair e enganar seu time!
1. Engenharia social
A engenharia social é uma das táticas mais utilizadas por cibercriminosos para manipular colaboradores.
Ao se passarem por uma pessoa de confiança, eles induzem a vítima a fornecer informações confidenciais ou a realizar ações que comprometam a segurança do negócio, como clicar em links maliciosos ou baixar anexos infectados.
- Exemplo: um funcionário recebe um e-mail aparentemente legítimo de um “gestor da empresa” pedindo a alteração de uma senha ou transferência de dinheiro. Ao atender a esse pedido, o colaborador fornece acesso a informações sensíveis ao hacker.
2. Phishing e spear phishing
Neste caso, os cibercriminosos atacam um colaborador específico da empresa. Para isso, criam mensagens altamente convincentes, baseadas em informações públicas ou internas que tornam o crime difícil de ser identificado.
Segundo o relatório da Verizon Data Breach Investigations Report (DBIR), cerca de 34% das violações de dados ocorrem devido a ataques de phishing e spear phishing.
3. Ransomware via e-mail
O ransomware, uma das ameaças mais destrutivas, muitas vezes começa com um simples e-mail, em que os criminosos enviam links e anexos maliciosos.
Quando o colaborador clica, o malware é baixado e pode bloquear o acesso aos sistemas da empresa, exigindo um resgate para liberar os dados.
O Cybersecurity Ventures estima que os ataques de ransomware custa às empresas mais de US$ 20 bilhões ao ano, e muitas vezes, os colaboradores são os primeiros pontos de entrada para essas ameaças.
4. Malware via downloads inseguros
Em muitos casos, os colaboradores buscam soluções rápidas para suas atividades diárias e acabam baixando aplicativos ou softwares de fontes não confiáveis.
Esses downloads são a porta de entrada para malwares, que podem ser usados para espionagem corporativa, roubo de dados ou sabotagem dos sistemas internos.
- Exemplo: Um colaborador baixa uma ferramenta ou plugin para melhorar sua produtividade, mas na realidade é um software que coleta credenciais de login e informações sensíveis.
5. Ataques de insider
Em alguns casos, a ameaça vem de dentro da própria empresa. Insiders maliciosos podem explorar privilégios de acesso para roubar dados sensíveis ou causar danos à infraestrutura da organização.
Os ataques de insiders são devastadores, pois esses indivíduos têm um conhecimento profundo dos sistemas e processos da empresa. Por isso, a falta de controle sobre os acessos e a supervisão inadequada dos colaboradores são riscos reais.
6. Uso de redes sociais para coletar informações
Cibercriminosos frequentemente exploram as redes sociais para obter informações pessoais sobre os colaboradores, como cargos, projetos em andamento e relacionamentos internos.
Essas informações são usadas para criar ataques mais convincentes e direcionados. Vale destacar que um estudo da KnowBe4 indicou que 70% dos ataques de phishing são facilitados por informações disponíveis nas redes sociais.
Dicas para proteger sua empresa e colaboradores dessas ameaças digitais
Embora o cenário seja desafiador, existem maneiras eficientes de proteger seu negócio e colaboradores. Na verdade, é essencial que toda organização priorize essas ações, ou viverá constantemente com um alvo “nas costas”.
Para te ajudar, reunimos nossas principais dicas para prevenir ataques cibernéticos, educando e fortalecendo a equipe. Confira!
Implemente políticas de segurança da informação
Uma empresa não consegue lidar de forma eficiente e séria com a questão da cibersegurança sem uma boa política de segurança da informação. Por isso, a primeira providência é estruturar suas diretrizes e procedimentos.
É importante que as políticas sejam claras, acessíveis e amplas, englobando diversos fatores, como:
- política de senhas e credenciais;
- diretrizes para acesso a dados sensíveis;
- uso de protocolos em caso de incidentes de segurança;
- Disaster Recovery.
Treine e conscientize seu time
Muitos ataques começam por falhas humanas. Como vimos, a inocência, desconhecimento e até mesmo a intenção fraudulenta de funcionários elevam os riscos de crimes digitais.
Portanto, é interessante que a empresa promova momentos para debater o assunto com o time. A educação e a conscientização podem ser uma linha de defesa eficaz, desde que receba a atenção necessária.
Se você não sabe como colocar isso em prática, conte com a ajuda de especialistas. Esse tipo de investimento é valioso e pode eliminar riscos e prejuízos para sua empresa.
Simule ataques
Você já realiza testes de intrusão em seu negócio? Essas simulações periódicas ajudam a avaliar seu ambiente e até conferir como seus colaboradores agem diante de crimes digitais.
Em cenários complexos, é interessante ter uma visão realista de suas vulnerabilidades para, assim, agir de forma estratégica e eficiente. Lembrando que os testes não só demonstram os riscos, como ajudam a traçar um caminho para mitigá-los.
Invista em gestão de acessos e privilégios
Um erro comum das empresas é não garantir níveis de segurança diferentes para dados mais estratégicos e sensíveis. Ou seja, investir em gestão de acessos e privilégios.
Quem pode ver, modificar e compartilhar suas informações financeiras? Elas estão facilmente acessíveis para qualquer colaborador? Se ainda não parou para avaliar essas questões, fique atento!
Com um controle rigoroso de acesso, você permite que o funcionário veja apenas o essencial para executar suas funções, reduzindo a exposição dos riscos.
Use ferramentas de segurança avançadas
Por fim, a segurança da informação deve ser tratada com seriedade. Isso significa que as empresas devem ter um orçamento direcionado para proteção de dados e investir em soluções avançadas.
Quanto maior o negócio, maiores são os riscos. Então, estude a implementação de ferramentas, como firewalls, sistemas de detecção de intrusões, softwares antivírus e o xTrust da ipTrust, que garante monitoramento 24×7.
Principais Leis de crimes cibernéticos no Brasil
É importante dizer que a legislação brasileira já tipificou algumas condutas e ações, prevendo sanções para os criminosos. Confira as principais leis sobre o assunto:
- Lei dos Crimes Cibernéticos (12.737/2012): define como crimes os atos de invadir computadores, violar dados de usuários e “derrubar” sites, por exemplo;
- Lei 12.735/2012: que cria as delegacias especializadas em crimes cibernéticos e tipifica condutas criminosas praticadas em meios digitais e eletrônicos;
- Lei 12.965/2014 (Marco Civil da Internet): estabelece direitos e deveres para o uso da internet, além de prever a guarda de registros de conexão e acessos a aplicativos para investigação de crimes;
- Lei 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD): regula o tratamento de dados pessoais, prevendo sanções para empresas ou indivíduos que não protejam adequadamente as informações que administram.
Proteja seus dados, redes e sistemas contra crimes digitais!
Os crimes digitais estão em evolução, e não há como parar esse cenário. Porém, toda empresa pode (e deve) fortalecer suas defesas, garantindo que todas as possíveis portas de acesso sejam protegidas.
Como vimos, os funcionários podem representar um risco. Milhares de organizações em todo o mundo são vítimas de ataques que começam por um erro ou ação de um colaborador, mas seu negócio não precisa entrar para a estatística!
A ipTrust é especialista em segurança cibernética e tem as ferramentas necessárias para evitar essas armadilhas e proteger seus dados, redes e sistemas!
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